Uns comem, outros... olham.

"A caminhar assim, cada vez temos menos dinheiro no bolso", diz um agricultor na TV.

Novo Código do Trabalho
Petróleo, gasóleo, gasolina, gaz.
Milhões de barris por dia.
Protestos dos camionistas, dos taxistas, dos pescadores, dos agricultores...
Flexibilização dos horários.
Precaridade do trabalho
Contratos com prazos
Prazos de anos, de meses... horas que se somam, que se descontam.
Bolsa de valores. Cotação.
Despedimentos
Lucros de milhões por hora.
Dólares que valem e que desvalem.

Todos estes palavrões enchem as notícias e os pobres agricultores só sabem que se esforçam até rebentarem e que cada vez ganham menos, cada vez têm menos dinheiro para viver.
Nascem campos de golfe, campos de futebol, campos de ténis, campos de lazer... destinos de sonho para se ocuparem os tempos livres de quem comanda este mundo de palavrões.
Qualquer dia, quem não tem tempos livres, come relva, bolas perdidas e enche os olhos (e o estômago) nas ementas expostas nos restaurantes de luxo.
É como o garoto, que chegou a casa e disse:

-Mãe, pão com queijo é tão bom!
-Como é que sabes, filho? Já comeste?
-Não, mas vi ali um menino a comer.

3 comentários:

nuno medon disse...

A história que eu estudei, está-se a repetir neste momento. Beijos e boa viagem para o Fundão! Um bom trabalho para ti!

Anónimo disse...

Que belo texto!
Hoje fiquei muito feliz por ter encontrado este magnífico Blog.
Será que ainda se lembra da Fátima Boavida.

Anónimo disse...

ola