A espera e o silêncio

E o dia chegou, parou e partiu, como alguém que espreita e vira costas, indiferente.
Fora  esperado, construído em formas diversas, todas elas tão desejadas.
Quando parou, tudo em redor parou também, menos o bater do coração, insistindo, mais forte, mais inquieto, mais insubmisso.
Virou costas e nesse instante tão breve,  ainda a esperança vivia e alongava a espera de que se formara dias e dias e mais dias e mais ainda.
Quando partiu, a esperança caiu, como cai a noite e o frio, restando apenas o silêncio, de muitos silêncios, de muitas esperas, de outras partidas, de chegadas que nunca o chegaram a ser.
E de novo se vai levantando a espera, do nada sempre renascida.
A espera e o silêncio.