Dar tempo... à dor

A dor foi tão forte, tão profunda, tão imensa, que me secou por dentro.
Quero dar tempo, dar tempo à dor, para amainar e poder reconstruir sobre os destroços alguma coisa mais que não seja apenas um lamento constante.
Quem me dera que dentre os destroços surja uma pequena raiz que dê caule, folhas, flores e frutos, de novo.

Luísa Dacosta

Naufrágio

No fundo do mar,
perdidos,
estão os sonhos,
dia a dia, inutilmente dobados.
Carne de medusa,
lacerada pelos corais,
oculta entre as algas,
quem poderá sabê-los?
ou encontrá-los?

Miau

Faltava ainda o 5º elemento da família, o Miau.
Num dia em que assistia a filmagens no exterior, o Jorge encontrou um pequeno gato recém-nascido, ossos a furar a pele e muito doente. Certamente fora abandonado e resistira para ser salvo pelo maior coração do mundo.
Levado ao veterinário, ficou a soro e veio para casa com olhos mortiços e andar trémulo.
Quando a minha neta lhe perguntava o nome, ele respondia com miados doridos.
Miau. Ficou Miau.
É hoje este lindo gato preto, de olhos verdes e porte altivo.

Recontar

Desapareceu o contador deste blog.
Desapareceu há uns meses e tinha mais de 15.000 visitas.
Como na vida, de vez em quando é preciso recomeçar. E aqui vou recomeçar do zero.
Quero saber se o que escrevo chega a alguém.