canteiro de sentimentos

Queria dar-te uma flor
porque me deste este dia!
Pensei até que o faria…
Amor perfeito seria
mas real, sem fantasia
como este mundo – ou maior

Rosa, papoila, jasmim
leira de raso canteiro
pera, amora, pessegueiro
horta, quinta, o mundo inteiro...
Mas tudo vi passageiro
matéria simples enfim

Então do fundo de mim
onde juntos tanto vamos
encontrei o que plantamos:
Da semente que cuidamos
nascem os sons que calamos
cantando o nosso jardim



Feliz aniversário

Oferecer uma flor




Todos se admiraram de eu dizer que há muitos anos, não recebo flores de um homem, aliás, que não recebo flores. Tantas flores dão a quem morre, que já não pode aproveitar da sua beleza e da gentileza de quem lhas oferece e quando estamos vivos, tão pouco ligam a actos como esse, tão simples e tão bonitos, que enchem de alegria quem as recebe.

E somo mais um ano

Sonhei. Sonhei e a vida prometia nos meus sonhos, que eu conseguiria realizar todos os projectos, desde que me esforçasse. "Querer é poder".
Mas os anos vão passando e por mais que eu queira, a vida não tem cumprido o que prometeu.
A uma ilusão segue-se a desilusão. A um esforço, segue-se o cansaço e a desistência. A um desejo, segue-se a solidão.
E eu, ingenuamente, vou insistindo, na esperança de ser capaz.

Falar

Para não me sentir tão isolada, comecei a falar sozinha.
O que isto tem de bom, é que ninguém me contraria!

Jantar fora

Hoje decidi ir jantar fora.

Já levei a mesa e a cadeira para o terraço.

Amor perfeito



Amores perfeitos nascidos no muro de granito.

A Natureza mostra, que mesmo na pedra mais dura, pode nascer "um amor perfeito".

O gatinho!

O gato da minha vizinha, salta o muro e vem esgravatar na terra dos meus vasos de flores. Quando vou dizer-lhe que aquilo se faz no caixote da casa dele, vira-me as costas e deixa a terra no chão para eu limpar.
Acho que este gato foi homem noutra encarnação.

Má conclusão

A nossa vida é feita de duas partes importantes: A do que temos e a do que desejamos ter. Quando conseguimos o que desejamos, deixamos de lhe dar importância. Assim, vivemos para o que não temos!