A Lua quis segredar-me alguma coisa ao ouvido.
Eu não percebi. Pensei que estava a fantasiar, pois como era possivel a Lua, tão importante naquele céu imenso e estrelado, lembrar-se de mim e querer dar-me um recado. Recado de quem? Talvez um aviso, mas de quê?
Entretanto as nuvens começaram a cercá-la e mesmo assim, ela fitava-me por uma pequena fresta, que o rendilhado branco deixara, como se quisesse saber se eu percebera.
A Lua já dera tantas voltas que estava tonta, ou então era eu que exagerava no meu querer.
Depois de a ter olhado com o mesmo carinho e admiração das outras noites, ela foi andando no seu percurso directo ao mar e a outro continente.
Eu, um grão de poeira na imensidão do Universo, logo seria escolhida para ter a Lua como carteiro.
O meu coração, apesar disso, ficou sereno.
A imaginação é uma colcha de retalhos da realidade.
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