Einstein

Como podemos sofrer uma vida inteira por não aceitarmos como somos!
Há quem não aceita ser feio. Quem aceitaria, pergunto eu.
Há quem não aceita ser gordo demais, ser magro demais, ser alto demais, ser baixo demais... o que é demais, é demais!
Há quem não aceite ser pobre. Natural, claro. Quem gosta de ser pobre?
Há quem não aceita ser gago, ser vesgo, ser coxo, ser marreco, ser fanhoso. Natural!
Há quem não aceita ser preto, ser mulato, ser branco, ser amarelo, ser vermelho.
Há quem queira sempre ter outra coisa que não tem, ser outra pessoa que não é.
Fazemos dietas para emagrecer e dietas para engordar. Já se usaram ligaduras a achatar os seios... agora fazem-se implantes de silicone para os aumentar!
Fazemos cirurgia plástica, terapia da fala, esticamos os ossos, usamos roupa e calçado que disfarcem o que não gostamos.
Mentimos, fingimos, dissimulamos.
Fazemos burlas para ter o que queremos, ou furtos, ou roubos, ou assaltos à mão armada.
Tudo depende de como nos vemos, de como nos vêem, do que está na moda.Lutar pelo que desejamos, toma a forma que queremos, não a que seria indicada, a maior parte das vezes.
Será tudo tão linear?
Acredito que rouba, quem gosta de roubar e não porque é o único meio de deixar de ser pobre. Senão, todos os ladrões seriam os pobres (e os honestos, os ricos!!!)
Acho que sofre por causa da sua imagem, quem não tem outra coisa em que pensar, quem não se realiza noutras actividades, quem não consegue chamar a atenção senão pelo físico.
Resolvemos alguns dos nossos sofrimentos com as frases "não sou capaz", "não sei", "não tive quem me desse", "não tenho sorte", etc.
Eu, por exemplo, tenho o hábito de dizer que tenho pena de não saber música. Durante anos e anos tenho dito isso. Entretanto, já tive tempo de fazer 2 ou 3 cursos superiores de música!!!
Assumir que somos ignorantes, que somos cobardes, que somos preguiçosos, que somos vaidosos, que somos criminosos, que somos fracos... é difícil.
Cada ano que passa, sinto que damos valor ao que não interessa e desvalorizamos o que nos pode tornar mais felizes nesta passagem que é a vida.
Não fazemos o pic-nic, acusando as formigas...
Cada um de nós tem a medida apenas do que conhece, do que julga conhecer.
Ser rico, por exemplo: Qual é a minha medida de ser rico?
Ser bonito: Como se mede a quantidade de beleza? O que é para mim "ser bonito"? (Diz o povo que quem feio ama, bonito lhe parece...)
Ser perfeito: O que é isso?
Dizia há dias uma amiga minha, que mesmo com notas baixas no serviço (injustas), continuava feliz, pois o marido e os filhos davam-lhe sempre a nota máxima.
Sofrer uma vida inteira por ser baixo, por ser gordo ou por ser gago, é esquecer de apreciar a vida, de viver.
Tudo porque precisamos de ser aceites pelos outros, de caber nos padrões estipulados não sei por quem, nem porquê.
Tudo é relativo. Einstein foi sábio.

3 comentários:

Li disse...

Agora fizeste lembrar-me daquela conhecida música do António Variações...já deves estar a ver qual é...:)
Tens 100% de razão...

bjs

nuno medon disse...

Olá! Tu tens razão naquilo que escreves. Pensamos nisso, quando abrimos o jornal. Aquilo são só roubos, burlas, assassinatos, cometidos por pobres e ricos ( bem como os roubos e as burlas ).

A Lilipat refere-se " só estou bem, aonde não estou "....

beijos Suzete e obrigado pelo teu olá! Cheguei a pensar que te tinhas esquecido de mim. beijos e um abraço!

nuno medon disse...

olá Suzete! Como vais? Por aqui está um vento desgraçado. Hoje, que era para ir á Praia, é que o vento veio.... Desejo-te um bom fim de semana! Fiquei contente com o comentário que me deixaste no meu espaço. É bom saber que estás melhor! Eu também estou bem.... mas estar sozinho é uma seca...lol! Ainda não tenho cá ninguém, para dar umas voltas á noite... beijos