O tempo que resta

Dizia hoje a uma pessoa amiga, que sinto pena de estar a envelhecer.
Lembro-me do meu cabelo, dos meus olhos, das minhas mãos serem tão diferentes e por mais que tente, não consigo fazê-los ficar como eram.
Mas se fechar os olhos, sinto como sempre senti, construo os mesmos sonhos, alegro-me e entristeço com as mesmas coisas, sou como sempre fui.
Esqueço-me do que o espelho mostra e espero que alguém me olhe e me veja como eu me sinto. Ainda acredito no amor.
A alma não envelhece, como o nosso corpo.
A alma é sempre jovem e faz-nos sofrer por isso, no tempo que resta.

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