Nascer mulher...Índia

Um milhão de meninas desaparecem todos os anos na Índia.
Muitas mães, quando fazem ecografia e sabem que vão ter uma filha, abortam logo a seguir.
As meninas que chegam a nascer e não desaparecem, são abandonadas na sua grande maioria à porta de instituições.
Muitas mulheres morrem (uma em cada seis minutos), por praticarem aborto.
Uma filha que nasce é vista como um infortúnio numa família. Desde que vê a luz do dia, essa rapariga sente que não é querida, que o seu futuro é visto como a desgraça para os seus.
Tudo por uma simples razão - para casar uma filha, os pais têm de dar o dote ao noivo.
Para isso, vendem os bens, vendem algum ouro que possuem e ainda ficam endividados para muitos anos.
Se tiverem mais do que uma filha, terão de lhe dar o mesmo dote, sem diferença de um tostão, senão nenhum noivo a aceita.
Mas, por outro lado, para cada 800 meninas, há 1000 rapazes. Nas aldeias de populações mais pobres, os pais não conseguem uma rapariga para casar com o seu filho, que ao permanecer solteiro, fica desonrado e desonra a sua família.
Vão procurar uma noiva para os filhos na idade de casar, a vários milhares de kms de distância e se concretizam esse feito, as raparigas ficam tão longe das suas famílias, que raramente voltam a vê-la.
A infelicidade que acompanha uma menina toda a sua vida, faz com que ela não aceite conceber e transmitir essa herança ao bébé que cresce dentro de si, desejando apenas acabar com a vida que começa a formar-se.
Não há amor que faça os noivos prescindir do dote, nem governante que acabe com esta lei tão injusta e que não deixa que rapazes e raparigas tenham as mesmas oportunidades de viver e serem felizes.

1 comentário:

Anónimo disse...

Infelizmente é essa a realidade e quem somos nós para dizer aos governantes que eles estão errados...