Israel, tão distante.

Sou católica e pouco sei da religião Judaica, mas quando era miúda queria ir para Israel ajudar a construir a nova Nação dos Judeus.
Li todos os livros de Leon Uris, li tudo sobre os Kibutz, era apaixonada pela luta e pelas vitórias daquele povo que sofrera o Holocausto.
As mulheres militares, os laranjais a crescer no deserto, a união que faz a força... eram temas que me empolgavam.
No entanto, mal conhecia o terror que o meu país vivia sob a ditadura de Salazar.
Cresci com as palavras do meu pai bem gravadas no meu ouvido de que a política é para os políticos e nós, simples mortais, teríamos de aceitar a nossa sorte calados, para não sofrer as consequências. As paredes tinham ouvidos...
Era o medo instalado anos e anos a fio.
A política não fazia parte da nossa vida e apesar de se viver em democracia há mais de 3 décadas, continua a não fazer parte.
Poucos portugueses conhecem a ideologia dos partidos que traçam o caminho da nossa Nação.
Sabemos alguma coisa pelo que vamos lendo nas letras gordas dos jornais, pelo que vamos ouvindo nos noticiários televisivos, mas não nos empenhamos em aprender, em compreender e principalmente, em ajudar a construir um país melhor.
Não enfrentamos os problemas... não nos comprometemos.
Fazer parte de um grupo que defende a Natureza, que defende um Povo, que luta por alguma coisa que melhore a breve existência do ser humano, dá trabalho, tira tempo, é cansativo e muitas vezes frustrante.
Mas falar, criticar, exigir... é a nossa especialidade. Mesmo sem sabermos o que estamos a dizer!
Quem defende o Homem do poder destruidor do Homem?
Quem nos defende de nós próprios?

1 comentário:

Rui disse...

“A política não fazia parte da nossa vida e apesar de se viver em democracia há mais de 3 décadas, continua a não fazer parte.”

Eu não sou político (no conceito que é dado ao termo) mas defendo que não devemos ficar indiferentes às práticas (principalmente corruptas) dos políticos.
No meu Blog, no post : “A Ditadura da nossa democracia” revelo esta posição e aconselho a leitura do artigo de Clara Ferreira Alves (Demolidor).
Somos nós próprios, através da transmissão da nossa revolta, que temos que fazer chegar aos políticos o que pensamos deles. O Voto é insuficiente e não resolve os problemas. Só assim se constrói a Democracia !
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